Move over

22.10.09


Encaixotar as coisas e mudar para outro lugar deixa a gente sentindo tanto pelo lugar onde vivemos! Ainda mais quando passamos muitos anos nesse lugar, parece que cada centímetro é testemunha de tudo o que aconteceu, e deixar isso para trás, abrir o caminho para outras pessoas viverem nesse lugar, pode ser uma passagem dolorosa. Ou não.
Gostamos de pensar em não viver tanto tempo no mesmo lugar, em "mudar mesmo e daí?". Mas para tudo temos sentimentos. [Ok, esta foi clichê, piegas, e de uma criatividade super, mas voltando...] E às vezes a gente para pra pensar e é aí que a nostalgia bate.
Estou há 4 anos morando no mesmo lugar, e de mudança.
Meus pais estão há uns 27 anos morando no mesmo lugar, e também de mudança.
Então, sentimos todos a mesma coisa, o mesmo rebuliço que, de vez em quando, dá o famigerado nó na garganta... Perto dos 27 anos dos meus pais e irmãos vivendo na mesma casa, os meus 4 na minha casa é fichinha.
Mas juntou tudo, né? Para mim, é a nostalgia dos dois lugares que está pegando!
Tanto a casa deles - onde cresci - como a minha casa estão no momento do adeus. E ao mesmo tempo que a oportunidade é a de deixar o novo fazer parte do cotidiano e arejar a vida, melhorar as coisas, o fechar de janelas e portas daquele lugar que não é mais seu parece encerrar também as coisas boas vividas naquele canto do mundo. Mesmo sem encerrar, a sensação é essa, pois a partir da entrega das chaves, aquele seu canto não fará mais parte da sua vida como antes ou nunca mais.
Sei que especialistas em psicologia tratam este momento como uma espécie de luto, pois o que sentimos e como agimos são correlatos aos referentes a uma perda importante, alguém que se foi e não nos despedimos como acreditamos que deveríamos.
Sei que não dá para negar a carga emocional deste momento, às vezes a correria de encaixotar tudo logo e resolver as mil pendências afins deixam a gente sem tempo para pensar no valor que a mudança em si tem, não só no nosso dia a dia, mas em todos os aspectos da nossa vida. Às vezes é a própria *vontade de não sentir* tudo isso, evitar o confronto com a situação e como ela mexe com a gente, faz com que deixemos de lado a nostalgia e, muitas vezes, nem vivemos direito uma passagem que sempre tem importância, para quem quer que seja.
Correndo ou não, estou sentindo tudo isso. Está chegando a hora de mudar.
<<pelo menos as gatas estão se divertindo com tanta caixa pra todo lugar, e não estão assim que nem a gente, feito "gato em dia de mudança"!>>

4 Comentaram. Faltou você?

  1. Anônimo Says:

    Passei por isso 11 vezes, sendo que 8 foram de cidade também. O pior é que eu acho que tá longe da última ter sido a "última". *suspiro*

  2. x Says:

    Poxa, Lela,
    Sinto um bouquet de nomadismo no ar! ;) Vc gostaria de fincar suas raízes ou está cansada dessa vida cheia de "I'm going through changes..."?

  3. Bruno Says:

    Não tenho este mesmo apego ao lugar... Fico com as lembranças boas e as levo como pequenos tesouros e o lugar... Já não pertenço mais a ele, nem ele a mim...

    Gosto de me despedir de um lugar e viver outros... Não perdi 'meu canto', ganhei novos espaços!

  4. Anônimo Says:

    Eu sempre digo que, quando tiver filhos, vou morar na mesma casa até pelo menos todos eles sairem, por livre e espontanea vontade - porque eu mais sofri do que me diverti com tantas mudanças. Até lá acho que ainda virão algumas, até porque eu ainda não me sinto "em casa" aqui onde moro.

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