Eloá, com ou sem agá

22.10.08
O que foi isso?
O espetáculo da tragédia alheia?
Não fosse a mídia... teria, tudo, acontecido diferente?
Não fosse o gate... teria, tudo, acontecido diferente?
Não fosse um certo imbecil, aí sim, nada disso teria acontecido.
Foi aquilo uma fatalidade? Não, não foi, não.
Na verdade, foi uma grande, imensa, absoluta, irrestrita irresponsabilidade. De todos os lados, foi o que se viu - aliás, justamente por termos tido a possibilidade de acompanhar pela TV, pelo rádio ou pela internet, não é sintoma, e sim prova de um dos lados mais evidentes de uma gigantesca irresponsabilidade.
Onde já se viu uma situação desgraçada como esta virar espetáculo como virou?
Onde já se viu alguém maltratar, machucar, encarcerar, assassinar a pessoa que diz amar?
Será que definir esse ser "humano", carrasco e criminoso tal e qual ele é, como um patético irresponsável, é suficiente?
Será que definir as mídias presentes no local do crime como informantes da realidade brasileira é algo, sequer, verossímil ou digno?
E a polícia brasileira? Pelos olhos de um brasileiro que trabalha no treinamento de várias polícias especiais do mundo, a nossa polícia não é apenas mal treinada, como não observa princípios como "trabalhar pela integridade da vítima em primeiro lugar, e não a de seu algoz". Sem polemizar, queria apenas destacar a dimensão do absurdo quando o resultado de 685 horas de negociação é a morte do refém. Claro que a justiça será feita: o assassino é pobre (e no mundo em que vivemos isso é senha para punição), os crimes cometidos foram muitos, e para cada um deles havia muitas testemunhas, entre elas a polícia. Lógico que phodeu para ele, mas... e para as vítimas, em especial a que foi o alvo do cretinão, e que saiu morta da cena do crime?

Sabe... é nojento saber que coisas assim acontecem e continuarão acontecendo por aqui e por ali, e que mais casos de gente inocente vitimada por pessoas que não merecem um adjetivo positivo ocorrerão. É degradante perceber como o ser humano é capaz de se reduzir a um nada, ao mesmo tempo em que reduz a vida alheia a um caixão e uma sensação de que o mundo vai, mesmo, de mal a pior...

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