Eu queria saber quem foi o gênio que inventou de fazer o show do Maiden acontecer em Interlagos. O mentor de tal façanha merecia apanhar até perder os sentidos. Aí, a gente faria uma transfusão de sangue rápida, dava uma tratada nos ferimentos, e logo que o puto recobrasse os sentidos... levaria outra surra!
MERECIA!
De boa. Que DESORGANIZAÇÂO foi aquela?
O autódromo, que seja dito, não é um lugar apropriado para eventos musicais: não tem estrutura de platéia que proporcione conforto mínimo, não tem onde instalar-se um palco de modo que haja qualquer sinal de acústica, não tem esquema de segurança que não falhe feio para esse tipo de evento porque o IMPROVISO é a tônica de qualquer evento montado em local inadequado, além de o lugar ser longe pra carvalho e ser MUITO mal servido de transporte público. Desculpe, residentes do bairro em questão, mas é a mais pura verdade. Eu até gostei de lá, mas o autódromo fica muito longe das estruturas de transporte/alimentação/bancárias necessárias para o deslocamento e conforto de mais de 100 mil indivíduos em dois dias.
Além do fato de que, se chover, aquilo vira um pântano movediço. Para bom entendedor meia palavra basta, que tal uma inteira: "Interlagos"?
Agora, quanto à MONDO ENTRETENIMENTO, a grande FDP irresponsável pela desorganização espetacular que se viu ontem, ela merece um processo daqueles bem surra de p** mole na cara.
Vamos aos fatos referentes ao show de ontem.
Os portões, diz a lenda, abririam às 14h. Eis que eu cheguei lá antes das 18h da tarde. Havia apenas uma entrada reservada para o show, sendo que as únicas opções ao público eram pista e
pista premium, e a caminhada até o fim da fila para essa entrada estava
deste tamanho. É, caros amigos, a fila tinha mais de 3 quilômetros de extensão, e só aumentou desde que eu cheguei em seu fim. Consegue imaginar o tanto de gente?
O vocalista do Iron, Bruce Dickinson, falou em 100.000 pessoas, o maior público da banda em um show único.
Voltando à história da peregrinação, foi mais ou menos uma hora andando até chegar ao fim da fila. Aí, lógico, a fila andou devagar... mais cerca de 1,5 hora até chegar na entrada.
Horário marcado para o início do show: 20h. Horário em que eu consegui entrar no autódromo: 21h20min
O show já estava na terceira música - sim, porque naturalmente a produção atrasou em uma hora o início do show. Ainda bem, senão eu teria perdido os R$140 gastos na compra do ingresso.
Ao chegar lá, num nível de exaustão incrível (ainda mais pensando que no dia seguinte teria lavoro às 8h30min, vulgo "trabalho na segunda-feira"), percebi que eu não conseguiria ver o palco direito, tamanha era a distância a se percorrer para chegar um pouco mais perto... via-se apenas micro-pessoas pulando e correndo no palco. Os telões estavam danificados, diz a lenda, pela chuva que açoitou o bairro naquela tarde. E assim, as imagens produzidas no telão estavam manchadas: o palco estava belamente iluminado, e o que conseguíamos enxergar era uma filmagem em ciano, tal e qual aquelas fotografias que, com o tempo, ficam meio azuladas...
O som, como eu comentei sobre a acústica do autódromo, não estava fazendo minha exaustão ser compensada, além de haver falhas no sistema de som que fizeram as guitarras enfraquecerem e a voz de Bruce Dickinson falhar em alguns momentos.
Broxei.
A empolgação virou humilhação, a festa perdeu o brilho, e a alegria virou indignação, assim como a verde grama daquele lugar virou lama com a chuva vespertina. Quem estava mais perto do palco ficou com o pé afundado na lama - e os que desembolsaram seus pobres R$350 pela
pista premium foram os mais prejudicados. (Risos nervosos!)
Perdi uns vinte minutos de show sem que um reles dessa merda de Mondo Entretenimento tivesse a coragem de organizar a fila e a entrada, e por uma questão de direitos de consumidor explicar os fatos aos pagantes: eles sequer tentaram fazer o que foi paga para fazer. Não consegui enxergar a máscara de Bruce Dickinson durante a estupenda "Powerslave", não pude entender alguns efeitos pirotécnicos e detahes que fazem parte da apresentação (como a "visita" de Eddie, o boneco-mascote da banda, durante o show), não foi possível perceber a decoração do palco, identificar alguns dos integrantes da banda durante a apresentação... enfim.
Lógico que com tanta coisa, os caras da banda bem que tentaram apaziguar os ânimos, se desculparam por terem atrasado o início do show, pelos problemas técnicos ocasionados pela "chuva". A todo o momento o Bruce tentava animar a galera elogiando o público, a presença em massa, enfim.
Com tanta raiva no coração, curtir
a coisa toda foi o que eu menos consegui. Acho que esses desgraçados que desorganizaram uma festa de tal porte deveriam ser processados, e garanto que verei o que posso fazer nesse sentido. Peço, aos que lerem este blog e conhecem quem esteve nesse show, que divulguem este texto, quem sabe eu consigo mais testemunhas oculares de uma história ridiculamente tosca para, pelo menos, uma retratação.